Imagens por Júlia Barbosa
Confesso que não estava pensando no fazer jornalístico que o ato de tirar fotografias representa quando, instintivamente, apertava o clique da câmera inúmeras vezes. As batucadas, as vozes, os movimentos eram tudo o que me preenchiam nesses momentos. Mesmo assim, depois de sair do estado anestesiante que esse dia me causou, percebi que precisava compartilhar isso. Nada melhor que unir o útil ao agradável e, nesse caso, agradabilíssimo.
Isso tudo aí aconteceu na Cidade de Goiás, no encerramento de um evento incrível, do qual participei da cobertura durante uma semana. Estávamos todos cansados. Muitos dias de pouco sono e muito trabalho. Andávamos somente a pé, nos equilibrando naquelas rochas tão desafiadoras. O calor da cidade não colaborava. Mesmo assim, quando o movimento começou e ouvimos os sons das baquetas tocando os tambores, tudo ficou mais leve.
Nesse amontoado de corpos, sorrisos e vivências tinham Brasil, Argentina e quase toda a América Latina. Era uma mistura de experiências, de contextos, de alegrias e tristezas. Mas tudo se aglutinava ali. O interessante é que, ao mesmo tempo em que parecíamos tão homogêneos, éramos tão únicos.
E é isso. Essas fotos são fruto, não de um trabalho árduo, bem pensado, com um conceito definido. Mas sim, de algo fluido como esses dançarinos desengonçados, agitado como esses batuques e prazeroso, como um bom trabalho deve ser. Descobri um pouco mais sobre a beleza do mundo. Sobre seus viventes.