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  • Foto do escritorJúlia Barbosa

"Ei, maconha! Polícia é uma vergonha!"

Atualizado: 16 de jun. de 2019

Segundo manifestantes, o ato pacífico pela legalização do uso da maconha recebe repressão desproporcional


Imagem: Júlia Barbosa

Políca Militar chegou a obrigar alguns manifetantes a desbloquearem seus celulares durante as revistas.

A 9º edição da Marcha da Maconha realizada em Goiânia, no dia 31 de maio, sofreu forte repressão policial, sob a vigência do novo governo. Os manifestantes começaram a se reunir por volta de 16h20, na Praça Universitária. No ato, estavam presentes batalhões da Polícia Militar, Rotam, Giro e Graer.


A Marcha, que teve sua primeira edição, em Goiânia, no ano de 2011, busca, segundo a organização, pacificamente, levantar a bandeira da legalização do uso da cannabis, além de discutir segurança e saúde pública. É organizada pelo Coletivo Antiproibicionista Mente Sativa, que desde 2011 se articula para realizar discussões a respeito da legalização, trazendo à tona questões como guerra às drogas, tráfico e genocídio da população negra.

Imagem: Júlia Barbosa

Esse ano, principal bandeira levantada pelos organizadores da Marcha foi a do uso medicinal da erva.

Raizes passadas, consequências presentes


Para o chefe de cozinha Lucas Cabral, a importância da Marcha se expressa, justamente, no princípio da liberdade. Segundo ele, a proibição impede que pessoas que sofrem de diversas enfermidades, como epilepsia, câncer e doenças crônicas, tenham acesso a um medicamento natural e de baixo custo.

Imagem: Júlia Barbosa

Na foto, Lucas durante a revista policial.

Ainda, lembra que a proibição partiu de uma tentativa de segregação dos negros e mexicanos, nos Estados Unidos, na década de 30. “Foi proibido, por lei, segregar esses grupos. Então, encontraram, na proibição da maconha, a segregação que desejavam, já que o consumo da cannabis era característico desses grupos”, afirma o manifestante.




Violência institucionalizada


Durante a concentração do ato, a Polícia Militar realizou revistas e buscas aos pertences dos manifestantes. O estudante John Mazzini foi abordado com socos no rosto e estômago pelos policiais. Segundo ele, em uma manifestação pacífica, a repressão imposta é agressiva e desproporcional. “Viemos aqui para exercer nosso direito, como cidadãos, de nos manifestarmos. Mas somos recebidos com violência e privação desses direitos”, comenta o estudante. Os policiais presentes se recusaram a dar declarações sobre o assunto.

Imagem: Júlia Barbosa

"A gente tem que questionar porquê disso (a repressão) estar acontecendo, porque é um direito de todos se expressar e reivindicar seus direitos", afirma Mazzini.

Insegurança pública


Apesar da quantidade expressiva de órgãos policiais, houve diversos assaltos no local. De acordo com a estudante de Ciências Biológicas Melissa Rosa, isso só comprova que a presença da polícia no ato não representava a questão da segurança pública, mas um viés moral e ideológico de repressão de liberdades.


Nesse ano, a repressão policial mostrou-se mais intensificada e violenta para a estudante. Segundo ela, isso se deu, justamente, pela vigência do governo Bolsonaro, marcado por tentativas constantes de privação de direitos. “É uma questão de segurança, de liberdade. Vamos continuar lutando por isso, mesmo com esse governo”, finaliza.




Acompanhe a mobilização nas redes sociais:




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