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  • Foto do escritorJúlia Barbosa

"Não vai ter corte, vai ter luta!"

Atualizado: 13 de jun. de 2019

Em ato unificado, manifestantes entoam gritos de protesto contra cortes na educação e reforma da previdência.

A concentração na Praça Universitária começou por volta de 13h. Às 16h, deram início a caminhada até a Praça Cívica. Foto: Júlia Barbosa.

As ruas de Goiânia foram preenchidas por estudantes, trabalhadores da educação, centrais sindicais e apoiadores, em um ato unificado em defesa da educação pública e contra a reforma da previdência, no último dia 15. Após concentração e assembleia estudantil, na Praça Universitária, manifestantes caminharam rumo à Praça Cívica, levantando cartazes e gritos de protesto, devido aos cortes anunciados às universidades e institutos federais, no final de abril, pelo ministro da educação, Abraham Weintraub.


O ato foi uma das ações propostas a partir da paralização nacional, nomeada ’15 Eu Paro'. As manifestações ocorreram por todo o Brasil, distribuídas entre capitais e grandes cidades dos 26 estados brasileiros. Em Goiânia, a manhã teve início com um café coletivo, no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE). Logo após, os estudantes e professores caminharam até a reitoria da UFG, manifestando sua indignação frente aos ataques do governo às universidades.


No período da tarde, foi momento de ocupar as ruas. Segundo a organização do ato, cerca de 25.000 manifestantes estavam presentes. Para Milena de Souza, estudante de Museologia na UFG e militante pelo Movimento Correnteza, um ato com essa proporção em uma capital que, segundo ela, não demonstra tanta força nas movimentações, ganha uma potencialidade expressiva. “Quando pessoas que não conhecem muito bem essa pauta veem que há milhares de pessoas nas ruas gritando por educação, que não terá corte, mas luta, é muito poderoso. Nos faz ter mais coragem para continuar lutando”, afirma a estudante.

Imagens: Júlia Barbosa



Anúncio dos cortes


Em 30 de abril deste ano, o ministro da educação, Abraham Weintraub, anunciou a redução de 30% do orçamento para universidades e institutos federais de todo o Brasil. Desde então, as mobilizações tiveram início, tanto para repudiar o sucateamento, quanto para publicizar as atividades e pesquisas feitas por essas instituições. Ainda nesse mês, no dia 30, está programada mais uma ação, convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), para retornar às ruas, buscando apresentar projetos e pesquisas, dialogando com a população.

Projeções futuras, lembranças passadas


Fernanda Cruz, cantora, atriz e poetisa mestranda em Performances Culturais pela UFG, afirma que não havia visto uma mobilização tão grande e engajada, desde as Diretas Já, entre 1983 e 1984. Reconhece, ainda, a força e importância do movimento estudantil na luta por direitos no país. "Isso aqui tem uma força imensa. Os estudantes são essa força", garante a cantora.


À esquerda, de branco, Fernanda Cruz levanta cartaz com críticas ao presidente. Foto: Júlia Barbosa.

Resistir pela existência


Temendo o desmonte da universidade, o estudante de Física pela UFG, Fábio Vaz, acredita na importância da unificação das lutas nesse momento. Para ele, esse é o momento de tornar cidadãos mais politizados e engajados na luta, e essa união entre estudantes e trabalhadores demonstrada no 15 de Maio reaviva e comprova, ainda mais, a força do movimento. “Isso mostra que a gente ainda está acordado. Que estamos ativos e vivos politicamente”, afirma o estudante.

Fábio, assim como Milena, acredita que a melhor forma de manter e fortalecer a luta, daqui pra frente, é através do diálogo direto com a população. Para a futura museóloga, mesmo com a conjuntura de risco, esse é um momento de esperança, pois as lutas estão sendo cada vez mais fortalecidas. "É uma conjuntura política de luta. Temos que depositar nossa fé uns nos outros e resistir, mais e mais", finaliza.

Imagens: Júlia Barbosa


Acompanhe a mobilização nas redes sociais sobre o 15 de Maio:

























Acesse a galeria #15EuParo


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